Gil Costa - A Cheguização do PSD
O PSD, partido fundado em 1974 por Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, é o partido que apesar de ser de uma área centro direita, disputa o eleitorado de centro esquerda. Na sua matriz contam-se posições de conservadorismo nos costumes e liberais na economia. Defende a justiça social dentro de um sistema capitalista, uma distribuição de rendimentos justa e tem um compromisso profundo com a democracia representativa.
O Partido Social Democrata é assim um partido do chamado arco da governação. Isto significa que, paralelamente com o Partido Socialista, ocupa um estatuto de putativo governante em virtude das suas opiniões e posturas sensatas que privilegiam o bem estar comum e os portugueses reconhecem.
Assistimos agora ao inverter de tudo aquilo que, em tempos, Sá Carneiro e outros sonharam para o seu partido.
A radicalização, a postura de desafio permanente, a oposição sem critério, o utilização excessiva de linguagem e temática populista, o espetáculo vergonhoso e até “pidesco” que têm dado na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, repetindo as mesmas perguntas até à exaustão, baseando a sua argumentação em notícias sensacionalistas (de um jornalismo que de sério têm tido muito pouco), exibindo toda a sua sobranceria em que o acusado é um condenado à partida.
Não foi este o partido de homens que ajudaram a construir a democracia deste país, à sua maneira, mas com elevação e um profundo respeito pelas instituições.
O PSD cedeu. E esta cedência resultou na aproximação ao que de pior a política portuguesa têm tido, que resultará inevitavelmente numa coligação negativa, da forte liderança que (ainda) não tem partido com a fraca liderança que (ainda) tem um partido.
Auguram-se tempos nublosos 50 anos depois da revolução do 25 de Abril… vivemos há mais tempo em democracia do que em ditadura… provavelmente esquecemos… provavelmente desaprendemos!
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