Comissão de Utentes, da necessidade à realidade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem vindo a destacar a importância e implementar alguns programas relacionados com as associações de doentes. Entende a OMS que estas são os parceiros ideais para o desenvolvimento da investigação científica nas doenças e, sobretudo, têm um papel fundamental naquilo que hoje se denomina por literacia em saúde, ou seja, informar e capacitar os cidadãos para a gestão da sua saúde, quer a nível da promoção de estilos de vida saudáveis e informação sobre saúde, quer com o relacionamento com os recursos disponíveis.

No Seixal temos a auto-denominada “Comissão de Utentes da saúde”, cuja sua ação é o contrário do propósito de qualquer associação de utentes/doentes. Não passa de um “braço armado” da CDU para fazer política. Política cega, irreal, não colaborante, não inclusiva, do não e não, do está tudo mal. 10 “gatos pingados” patrocinados pela CMS. Confesso que tanto eu como outras pessoas já tentamos fazer parte da “comissão” sem sucesso. Alguém sabe como?

Esta “comissão” realizou mais um “peditório” para o seu já conhecido “está tudo mal”. Alegam que 36239 utentes do SNS, num universo de 344000 utentes (Almada e Seixal ) não têm médico de família. A falta de médicos e enfermeiros de família é um problema nacional, no entanto, é de salientar que ninguém fica fora do acesso a cuidados de saúde - existe um projecto no ACES Almada-Seixal, de referência nacional, denominado Via Verde que atende utentes sem médico de família; o HGO envia diariamente e sinaliza situações de utentes cuja a necessidade de ter médico de família é garantida pelo centro de saúde. Também o acesso a receituário crónico é garantido pelo ACES. Outro alegado ponto de preocupação é o agendamento de consultas para quem tem médico de família demorar 5 meses: mas é preciso ir ao médico todos os meses, pergunto? Se for realmente urgente os utentes são atendidos.

A par da garantia do sistema público, estima-se que mais de 50000 cidadãos nos concelhos de Almada e Seixal sejam beneficiários de subsistemas de saúde - p.e ADSE - e seguros de saúde, tendo acesso a cuidados na rede convencionada.

Talvez a “comissão” queira implementar o modelo cubano de um médico em permanência numa zona, de castigo e a ganhar uma miséria. Ou fazer o hospital do Seixal em dois dias como na China (o processo de construção esteve parado em tribunal e nunca o referiram… a culpa era sempre do PS). Mas não dá! O acumular de capital de prejuízo face ao Governo é o seu objetivo. A sua participação real na promoção de saúde e literacia é zero.

Uma associação de utentes/doentes precisa de objectivos claros e verdadeiramente ao serviço das pessoas! Para quando seriedade nesta “comissão”?


José Miranda
Membro do Secretariado do PS Seixal

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