No dia 25 de abril descemos a icónica Avenida da Liberdade!
Uma moldura humana de quase 10 hectares para homenagear a bravura e a determinação de um coletivo militar que tirou Portugal de quase meio século de escuridão, caraterizada por restrições à liberdade de expressão e de imprensa, uma economia estagnada, fechada ao mundo e empobrecida, uma população maioritariamente inculta e parca de recursos, uma guerra colonial com altos custos financeiros e humanos para o país... E tudo para a manutenção de um regime político autoritário!
À distância de 50 anos, o antes, o agora e o medo do depois coexistem nas memórias individuais e coletivas do povo português que com a Revolução de Abril ganhou uma nova Constituição, garantia de direitos e liberdades, bem como, a desejada pluralidade política.
Dos costumes tradicionais à nova vida cultural, da economia deprimida à democratização da proteção social, foram também outras e muitas as mudanças que a Primavera Marcelista já prometia mas só chegaram com o cheiro dos cravos.
São, formalmente, os capitães de abril todos homens, e transportavam consigo o treino, as estratégias e o domínio militar, mas são inúmeras as capitães de abril e muitas delas anónimas.
É hoje realidade para a sociedade portuguesa a implementação de políticas para a igualdade de género, enquanto recusa veementemente o discurso de ideologia de género, o direito à interrupção voluntária da gravidez ou a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo - Um conjunto de conquistas alicerçadas no exercício democrático e no compromisso com a liberdade.
Para trás, e sob pretexto de proteção e defesa dos bons costumes, anos e anos de privações e a supremacia do Estado Novo que determinava que as professoras primárias tinham que pedir autorização ao Ministério da Educação Nacional (MEN) para se casarem, enquanto outras profissionais estavam proibidas de contrair matrimónio, ou de serem mães solteiras, sendo forçadas a deixarem o emprego, caso não cumprissem com as normas. Eram igualmente controladas as telefonistas, as secretárias do MAE (Ministério dos Negócios Estrangeiros), as hospedeiras da TAP, ou, as enfermeiras dos hospitais civis.
Recordamos ainda todas as mulheres que para trabalhar tinham que ter o aval do marido e consentimento apenas para uma profissão compatível com o seu género.
Quantas não foram as trabalhadoras que enfrentaram situações de exploração, recebendo, quase sempre, 2/3 do salário que ganhava um homem que desempenhava as mesmas funções?
Percebemos o valor de Abril para todos e, particularmente, para as mulheres portuguesas, e tem o Partido Socialista representado, e sempre na vanguarda, a garantia dos direitos alcançados.
Viva os 50 anos da democracia e a nossa homenagem a todos e a todas as capitães de Abril.
Fátima Carvalho
Coordenadora das MS-IDSEIXAL


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