A AD não vinha colocar ordem no SNS ?

Um país envelhecido e onde a saúde da mulher e da criança está pouco protegida também pode ser o cartão de visita do Portugal de hoje. 
Uma triste realidade que resulta de um conjunto de más decisões de sucessivos governos ou da falta de coragem política para enfraquecer os lobbies instalados e definir os limites da relação entre o público e o privado.

Mas não vinha a Aliança Democrática, com a sua varinha mágica, pôr ordem no Sistema Nacional de Saúde?!". Afinal parece que não! 


O setor da Saúde está doente e caminha moribundo sem cura à vista, e as únicas certezas é que o SNS tem, presentemente,  menor capacidade de resposta e parece pouco ou nada acarinhado pelo governo vigente.

Vejamos! Somos confrontados com notícias de encerramento de mais de uma dezena de serviços de urgências da área da ginecologia-obstetricia, durante vários períodos do mês de agosto, mas, muitos dirão que não há surpresa nenhuma nestas notícias e que não se trata de uma situação nova. Certo! Contudo, note-se que as urgências obstétricas fechadas aumentaram em 40% face a 2023, ano em que Portugal ainda era governado pelo Partido Socialista.


A Região de Lisboa e Vale do Tejo é a mais afetada com os encerramentos, e esta medida que representa um retrocesso ao direito da mulher aos cuidados de saúde e proteção na gravidez, deixa mesmo algumas populações sem nenhuma alternativa hospitalar próxima - Hospitais de Almada, Barreiro e Setúbal foram, em simultâneo, alvo de encerramento, acentuando o contexto de vulnerabilidade social da Península de Setúbal.

Também preocupa na gestão desta nova Direção Executiva do SNS, nomeada pelo governo de Luis Montenegro, o desprezo pela cidadania informada e ativa, exemplo disso, as alterações feitas no Portal Transparência do SNS, omissões de mapas de urgências e de outros elementos importantes para que os utentes possam acompanhar a evolução do setor em Portugal.

O país, e mais marcadamente a área da Saúde, sofre o impacto de uma legislatura interrompida pela instabilidade política e social fabricada com mentiras e alimentada com falsas expetativas eleitoralistas. 

A profunda reestruturação do SNS que estava em curso pelo PS deu lugar a um inoperante Plano de Emergência incapaz de acautelar as demandas do verão, período critico agravado pelas férias dos profissionais de saúde.

Sabe o Governo da AD aquilo que todos nós sabemos:

- Que é insuficiente o número de médicos afetos ao SNS;
- Que muitos são os profissionais que pendulam entre o público e o privado e não encontram no estado condições atrativas para oferecer a sua exclusividade;
- Que uma grande percentagem de especialistas está limitada pela idade para prestar serviço nas urgências;
- Que o país não forma em número suficiente novos profissionais de saúde para compensar as saídas do SNS;
- Que o verão e o inverno, por diferentes razões, trazem maior pressão ao SNS;
-Que é urgente reagir e exigir à Ordem dos Médicos e aos colégios de especialidades uma eficaz reorganização e concentração de meios dentro dos parâmetros internacionais de qualidade e segurança.

Parece difícil dar resposta a estes e aos demais problemas que afetam o SNS e a saúde dos portugueses? Não, não é! O diagnóstico estava feito; as soluções já foram estudadas e estavam em curso; a Direção Executiva do SNS, nomeada pelo novo governo, não parece ser um obstáculo; o maior partido da oposição, o PS, faz uma oposição responsável em que põe em primeiro lugar os interesses dos portugueses, os seus direitos e garantias;  e não menos importante para a resolução, o favorável contexto económico da Europa e as possibilidades de financiamento por via do Plano de Recuperação e Resiliência.

Afinal à AD falta mesmo é visão estratégica, capacidade para governar e honra para cumprir com as promessas eleitorais.

Fátima Carvalho 


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