Fátima Carvalho - A República dos Direitos e das Garantias
A Implantação da República em Portugal, em 5 de outubro de 1910, marca o início de uma trajetória de transformação social, incluindo alguns progressos significativos para as mulheres.
De forma gradual e num desafio constante para vencer limitações, a mulher foi afirmando a sua importância no domínio civil e político, na educação, no trabalho e no desenvolvimento económico, bem como, na conquista dos direitos legais.
A Primeira República marcou o início de uma maior participação feminina na política e no ativismo social. Grupos feministas começaram a se formar e a lutar por direitos políticos e sociais, permitindo que a mulher conquistasse o direito ao voto e, mais tarde, a plena capacidade eleitoral.
A reforma do sistema educativo e o incentivo para a educação feminina permitiu que mais meninas tivessem acesso ao ensino primário e secundário e, discretamente, o acesso ao ensino superior passou também a estar ao alcance de algumas mulheres.
A sociedade portuguesa de então, centrada no poder masculino, aos poucos se foi habituando à presença das mulheres nas ruas, nas fábricas, nos serviços e em busca de novas oportunidades embora, frequentemente, sujeitas a condições de trabalho mais precárias e com salários mais baixos do que os dos homens.
Os direitos matrimoniais e de propriedade afirmados pela República trouxeram maior equidade entre o homem e a mulher, anteriormente orientados por uma ideologia de género limitativa em papéis e violadora dos direitos humanos.
Celebrar a implantação da República é celebrar o direito ao sonho, à ambição e à determinação, permitindo a cada pessoa a escolha livre e a construção do seu lugar social independentemente do contexto de nascimento.
Celebrar a implantação da República é evocar um passado de lutas, avanços e conquistas de direitos e liberdades, reafirmados pela Revolução dos Cravos de 1974.
Celebrar a implantação da República é garantir que a Democracia é a grande guardiã da Igualdade e da Liberdade, um substrato imune às políticas separatistas e populistas que ameaçam o Portugal expansionista.
Um viva à República!
Um viva à nossa República!
Fátima Carvalho | MS-IDSEIXAL
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