Tânia Franco - É hora de priorizar a saúde mental no trabalho

No passado dia 10 de outubro comemorou-se o Dia Mundial da Saúde Mental e o tema escolhido para este ano foi: “É HORA DE PRIORIZAR A SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE DE TRABALHO”.

Ambientes de trabalho seguros e saudáveis podem actuar como um factor de protecção para a saúde mental. Condições de trabalho insalubres, incluindo estigma, discriminação e exposição a riscos como assédio e outras más condições de trabalho, podem representar riscos significativos, afectando a saúde mental, a qualidade de vida geral e, consequentemente, o absentismo, os níveis de participação, desempenho e produtividade reduzidos, elevada rotatividade dos trabalhadores e fortes níveis de desmotivação no trabalho.

A Câmara e colegas de trabalho podem ser agentes de mudança no local de trabalho, combatendo o estigma e incentivando discussões abertas sobre saúde mental e aprendendo a identificar os sinais de problemas comuns, como a depressão, e encorajar colegas que possam estar a enfrentar dificuldades a procurar ajuda.

A saúde mental é, na actualidade, uma das questões que apresenta maiores desafios em matéria de Saúde no Trabalho, pois tem um impacto significativo na saúde dos trabalhadores, nas organizações e nas economias.

Estima-se que, dentro em breve, a depressão será a principal causa de ausência por doença na Europa.

As conclusões do 5º Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho apuraram que 1 em cada 5 trabalhadores europeus reportaram um deficiente bem-estar mental.

A pandemia exacerbou as más condições de trabalho e o declínio da saúde mental dos trabalhadores, especialmente nos setores dos cuidados de saúde e do apoio social.

Relembramos, que, de acordo com dados da EU-OSHA, 2009, metade dos dias de trabalho perdidos na UE são causados por stresse relacionado com o trabalho. A avaliação da exposição dos trabalhadores aos fatores de risco psicossociais e a determinação das medidas organizacionais e de gestão a implementar, tornou-se, ainda mais prioritária.

Utilizar o local de trabalho como palco para promover uma boa saúde mental não só ajuda a proteger a saúde e bem-estar mental e físico do trabalhador como também será benéfico para a produtividade.

De acordo com o psicólogo Tiago Pereira “Não pode haver assédio no local de trabalho e ioga à hora de almoço. E quem lidera não pode ententer que, por haver ioga, os problemas estão resolvidos”

Tem que haver uma resposta integrada tocando em todas as dimensões, porque uma política neste âmbito irá prevenir cerca de 30% dos casos nesta matéria.

 

Neste sentido, a bancada do Partido Socialista questiona o seguinte:

  • Neste âmbito que medidas concretas a Câmara do Seixal realizou ou está a realizar?
  • O Gabinete de Saúde Ocupacional tem promovido campanhas de sensibilização e dinâmicas sobre este tema?
  • Numa reunião de Câmara solicitámos os números de pessoas com acidentes de trabalho e doenças profissionais, bem como, as causas dos mesmo, até hoje sem resposta.
  • É um facto que o GSO disponibiliza consultas de psicologia gratuitas aos funcionários, mas queremos saber os números, as razões que levam os trabalhadores a procurar ajuda.
  • Qual é a verdadeira realidade desta temática na nossa Câmara Municipal?
  • Já foram feitos questionários meticulosos e avaliação psicológica a todos os trabalhadores?
  • Já identificaram as equipas mais expostas a fatores de riscos psicossociais relacionados com o trabalho?
  • A Câmara tem uma política pró-ativa que apoie os trabalhadores afetados por problemas de saúde mental ou stresse relacionado com o trabalho a continuarem a trabalhar ou a regressarem ao trabalho?

 

Na nossa perspectiva pouco ou nada se tem feito nesta área. E o que existe é só para enganar os mais distraídos porque na prática não se trabalha de forma séria sobre esta temática.

Continuamos a ter trabalhadores desviados de funções, pessoas a exercer funções sem formação para o efeito, cuidadores informais desapoiados, vitimas de violência doméstica, entre tantas outras situações.

É tempo, de cuidarmos dos nossos trabalhadores como eles merecem e precisam porque eles são a alma, o motor e o coração desta autarquia. O seu bem-estar deve ser uma prioridade e não uma nota de rodapé para este executivo.

Com o Partido Socialista as políticas irão ser outras já a partir de 2025.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

André Pinotes Batista eleito Presidente da Comissão Política da Federação Distrital de Setúbal do PS com visão renovada para o distrito

Elisabete Adrião - Informação (que não chega) aos vereadores